A Ucrânia está no centro das atenções da comunicação social. Todos os dias assistimos a novas informações sobre os constantes bombardeamentos dos russos. Ora, os novos tempos permitem que cada pessoa possa prestar um serviço público, divulgando informação a que todos podem ter acesso com facilidade.

A nova tecnologia, os telemóveis que filmam e as redes sociais e sites que partilham essa informação permitem que a informação seja passada numa questão de segundos. Contudo, há quem explore essas facilidades com más intenções. Toda a tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal, dependendo das intenções de quem a usa. Há quem aproveite este novo mundo para espalhar mentiras.

Meta combate desinformação dos russos no caso da Ucrânia. A desinformação é uma arma.

Desinformação

O mundo assiste a um acontecimento marcante, a Rússia invadiu outro país, a Ucrânia. Vladimir Putin é o Presidente russo, o homem que está por trás desta “operação militar especial”. A invasão e guerra com a Ucrânia visa desmilitarizar o país que segundo Putin tem “um bando de drogados e de neo-nazis” no Poder em Kiev. Tendo argumentado que esta operação era a única maneira da Rússia se defender. Contudo, a União Europeia, os Estados Unidos e a generalidade da comunidade internacional condenaram o ataque perpetrado pelos russos. Logo, o mundo uniu-se na defesa dos ucranianos, apoiando o país e os seus habitantes.

Além da aplicação de sanções financeiras que visam o enfraquecimento económico dos russos, o mundo tem apoiado os ucranianos com armas e munições, alimentos, roupa, produtos médicos, entre outros.

Entidade de Referência

Meta é uma empresa tecnológica de grande impacto global sendo capaz de revelar grande capacidade de intervir politicamente. Este grupo tecnológico defendeu que havia grupos pró-russos que recorriam a perfis falsos ou contas pirateadas para orquestrar diversas campanhas de desinformação nas redes sociais, pretendendo retratar a Ucrânia como um mero peão nas mãos do Ocidente.

A desinformação

A guerra na Ucrânia ocorre num espaço temporal em que é tudo altamente digital. O sinal dos novos tempos é que esta guerra não tem novas linhas da frente, existindo uma linha da frente que foi transferida para a Internet. O conceito de desinformação e o combate a notícias falsas não é algo novo. As “fake news” são cada vez mais comuns, sendo usadas como uma arma para instalar o medo.

O combate à desinformação

A necessidade de querer esconder algo ou de modificar a realidade leva à tentação da mentira, levando às pessoas uma realidade inventada por um “génio do mal” que possa servir como um elemento base para a construção das opiniões das pessoas. Foi na sequência de se ter identificado uma rede de desinformação russa que a Meta sentiu a necessidade de intervir.

O Grupo Meta desmantelou rede de desinformação que espalhava nas redes sociais notícias falsas acerca da guerra na Ucrânia. A rede de desinformação que foi desmantelada pela Meta detinha contas, páginas e grupos no Facebook, Instagram, entre outras plataformas.

Medidas tomadas

O chefe da gestão de ameaças da ‘holding’, David Agranovich, detém todos os produtos e marcas associados à famosa rede social Facebook. De acordo com o texto divulgado pela Meta, os grupos “fazem a gestão de sites fazendo-se passar por entidades noticiosas independentes e criam perfis falsos em plataformas de redes sociais nomeadamente Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Telegram e também [outras redes russas como] Odnoklassniki e VK”. Assim,  um grande número de contas falsas filiadas ao Estado russo foram bloqueadas.

Desinformação

Redes de desinformação

O grupo Meta identificou a rede de desinformação como estando ligada a pessoas presentes na Rússia e na Ucrânia. Esta rede também se encontrava ligada às organizações de comunicação social NewsFront e SouthFront na Crimeia, península ucraniana que em 2014 foi anexada por Moscovo. O grupo Meta descreveu a forma de funcionamento dos grupos organizados de desinformação, referindo: “em alguns casos, usaram imagens de perfil que (…) foram provavelmente geradas usando técnicas de inteligência artificial”.

Ao recorrerem a uma pequena rede de contas falsas (nomeadamente nas populares redes sociais Facebook e Instagram) visando as pessoas residentes na Ucrânia, sendo desta forma que o grupo de desinformação conseguiu divulgar informações falsas acerca dos esforços realizados no país para se defender contra a invasão russa.

Funcionamento

A rede que foi desmantelada pelo grupo Meta dirigiu diversos websites que se encontravam disfarçados de meios de comunicação social independentes. Assim, iam publicando afirmações sobre o Ocidente trair a Ucrânia e também iam publicando notícias sobre a Ucrânia como um Estado falhado.

As organizações NewsFront e SouthFront revelam-se os pontos de desinformação, pois, segundo os Estados Unidos, encontram-se “sob a direção da liderança” de Moscovo, recebendo ordens dos serviços secretos russos.

Estas duas entidades (NewsFront e SouthFront) encontram-se entre as 12 entidades que foram sancionadas por Washington pela tentativa de exercer influência nas eleições presidenciais norte-americanas relativas ao ano de 2020.

Os números da Rede

De acordo com a informação partilhada pela Meta, a rede que foi desmantelada era “relativamente pequena”. Na verdade, a rede era constituída por cerca de 40 contas, tendo gerido páginas e grupos no Facebook e Instagram. Embora se desconheça como a empresa começou a funcionar, ela reunia um pouco menos de 4.000 seguidores no Facebook, enquanto que no Instagram o número era mais reduzido ainda, eram menos de 500.

Sinal dos novos tempos

Ora, a existência destas redes revela que há a necessidade destas redes para quem pretende controlar a opinião pública. Assim, a existência deste tipo de atores surge como sinal dos novos tempos. Pois, estes elementos tentam dirigir este tipo de operações de influência, mas, as redes sociais onde estes atores pretendem atuar estão a intervir com mais assertividade. Pois, estes atores estão a ser apanhados mais cedo, por isso, eles não conseguem alcançar o público que teriam alcançado em anos anteriores.

Outras redes sociais

Além do grupo Meta, outras redes sociais atuaram no sentido de impedir a proliferação da desinformação.

Por exemplo, o Twitter empenhou-se em eliminar redes de desinformação promovidas pela Rússia que pretendiam inventar uma realidade sobre a guerra na Ucrânia. De acordo com o The Verge, o Twitter informou a NBC News que bloqueou diversas contas que partilhavam links que “convidavam” os utilizadores a visitar um site de propaganda chamado Ukraine Today, foram mais de uma dúzia de contas que foram bloqueadas pelo Twitter.

Proatividade das redes sociais

A rede social informou: “No dia 27 de fevereiro, suspendemos mais de uma dúzia de contas, permanentemente, e ainda bloqueamos a partilha de diversos links que violavam a nossa política de manipulação da plataforma e de spam. A nossa investigação está em curso; no entanto, as nossas conclusões iniciais indicam que as contas e os links tiveram a sua origem na Rússia e encontravam-se a tentar contaminar a opinião pública em torno do conflito em curso na Ucrânia.

Assim, o grupo Meta (que é a casa-mãe do Facebook) e outras redes sociais como YouTube e Twitter revelam-se proativas e estão a tomar um conjunto de medidas que visam impedir que meios associados ao governo russo divulguem os seus conteúdos de propaganda de forma a garantir a segurança dos utilizadores.